sexta-feira, 22 de abril de 2016

No fundo está cheio de nada...

Meu coração está tão cansado, tão dolorido, que já não consigo mais raciocinar e dizer o que eu realmente quero dizer. Penso uma coisa mas digo outra. Quero fazer uma coisa mas faço outra. Nada mais, aqui dentro, está  fazendo sentido. O cérebro até pensa, a razão grita aos meus ouvidos, mas eu nada escuto. Só ouço um zumbido imenso que vem daqui do peito. É meu coração me pedindo uma pausa porque ele não aguenta mais toda essa instabilidade emocional. No momento esse é o músculo que se encontra mais exausto no meu corpo. O problema é que por conta disso, todo o resto sente o reflexo dessa exaustão. Tudo aqui está sensível,  vulnerável. 

Coitado do meu cérebro! Também tá cansado de emitir impulsos e o corpo não responder aos estímulos. Qualquer reação aqui  será devastadora, verdadeira reação em cadeia seguindo a lei da inércia. Estranho, confuso, ininteligível. Não entendo mais nada. Não entendo os outros, não me entendo! Não quero mais nada, mas, quero tudo. 

Quero um tudo que no fundo não tem nada. Tá vazio! É uma grande embalagem que se faz vistosa, pomposa, mas quando se abre, está cheia de vento, cheia de nada, cheia de incertezas e completamente vazia de respostas, mesmo que sejam as respostas que não quero ouvir. 

Me sinto um rato na roda, num looping eterno de espera. Sempre correndo mais, e mais, e mais, e mais, até chegar a lugar algum. Perdi as contas de quantas voltas já dei nessa roda gigante. Ah é!  Dizem que a vida é uma roda gigante; Uma hora lá em cima, outra lá em baixo. E, eu querendo que a minha vida fosse uma montanha russa, com mais emoção, mais aventura. Mais aventura? Mais? Acho que chega! 

Quero mesmo é velejar num mar sereno, sem vento e sem ondas que me joguem daqui pra lá  e de lá pra cá. Sem "saculejos" que me façam ficar nauseada. Quero paz, calmaria, sussurros ao pé do ouvido me dizendo: "Calma, vamos ficar bem!" Quero calafrios na boca do estômago, e, arrepios bons, de prazer, não de sustos e de medo.

"Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida (...)"



sábado, 9 de abril de 2016

Te amo, mas, não dá!

Preciso te dizer que não entendo por que a gente continua insistindo em algo que dói tanto, pelo menos em mim. A gente já passou por tanta coisa, eu já te perdoei tantas vezes. Na última vez, escolhi ficar longe de você, esperando que o tempo aceitasse o nosso fim. Mas pra que o fim definitivamente acontecesse a gente precisava se desfazer um do outro, e isso não aconteceu. Eu tinha tanto de você dentro de mim, eu não sabia como me relacionar com outras pessoas. E aqui estamos nós.

Te amo, mas não dá. Não dá porque dói, porque toda vez que acredito que você vai mudar, você prova que não está disposto a isso. Porque sempre que eu te quero, você me dá novos motivos pra eu não querer. Tem coisas que é melhor aceitar que não faz mais bem em vez tentar empurrar algo que já foi bonito um dia, mas que por teimosia da gente, deixou de ser, cê me entende?

Te amo, mas não dá. E não dá porque sempre que você promete que vai ficar tudo bem, eu me vejo sendo obrigada a pôr mais um ponto final. Porque quanto mais você me dá as mãos, mais eu me sinto insegura pra caminhar ao teu lado. Aliás, nem posso caminhar ao seu lado, muito menos de mãos dadas. Mesmo que ficar seja tudo que eu queira agora, mas, não dá mais.

Sei que não vou ficar bem se algum dia chegar em meus ouvidos que você encontrou outra pessoa e que parece estar seguindo muito bem a vida sem mim. Mas isso passa. E muito provavelmente eu vou sentir saudades suas, e vai ser difícil suportar a tua falta. Mas não dá. Não dá mais porque eu já nem sei se isso é amor ou apego, se o que sinto é saudade ou carência, se quando tudo que quero é você ou se resumi todo o meu querer em uma  pessoa. Não sei se você realmente me faz mal ou se é a minha insistência pra que me faça bem.

Eu sei que, em algum momento, alguém pode tocar em teu nome e a minha vontade será de desconversar, mas prometo resumir tudo dizendo que não deu. Sei também que você vai vir em minha mente em forma de música, de gostos, de cheiros e de gestos, mas vou me preparar pra isso. Sei que o preço de te esquecer pode ser alto demais, mas já paguei tantas vezes pra que desse certo, já apostei tantas fichas em você, que dessa eu vou pagar pra ver.

Eu já não sei se esse amor que sinto é o mesmo amor que um dia eu senti por você. Ainda assim, tem um pedaço grande que te quer, e esse pedaço me confunde, sabe? Porque parece errado ir embora mesmo amando alguém. Não parece nada certo seguir sem você, porque é como se eu negasse todas as possibilidades de dar certo, é como se eu jogasse tudo fora e abrisse mão de tudo. Mas no fundo, eu sei que não estou negando nenhuma possibilidade de dar certo, porque se tivesse mesmo que dar em alguma coisa com você, já teria dado faz tempo. Te amo, mas agora, eu estou abrindo possibilidades pra mim, dando chances a mim. E não sei como te dizer isso, mas eu te amo, só não gosto mais de você.
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Texto retirado do site "O Segredo"

terça-feira, 5 de abril de 2016

Sinto muito por você ter sentido tão pouco.

Faz tempo que quero te dizer, só que mais uma você não me ligou e eu tive que guardar para mim. Espero que aproveite o tempo em que seu telefone fica desligado e que lembre bem da sensação de saber que meus dedos digitam seu número, sem resposta, porque um dia será ao contrário. Sei que parece que eu sou incansável e continuarei abrindo infinitas portas até você estar atrás de alguma, mas admito que até mesmo eu estou me cansando dessas portas vazias.

Faz tempo que eu quero te dizer, só que você não respondeu minha mensagem outra vez, então tive que engolir e fingir que não estou perdendo as esperanças em você. Ando pisando em cacos e dizendo que não dói, colocando curativos por cima sem nem mesmo tirar os pedaços antes. Mas esconder tudo isso não está funcionando mais. Você gosta de saber que conseguiu me fazer chegar no limite?

Faz tempo que eu quero te dizer, mas quando comecei a falar você me interrompeu para me lembrar que eu faço tudo errado e que já está cansado dos meus discursos constantes. Mas como está cansado se nem ao menos me deixou começar a falar? Se ao menos parasse para ouvir de vez em quando, entenderia que atrás de mim está um enorme tapete com poeiras varridas, mas que já não tem mais espaço aqui. Já escondi o máximo que pude, poupei tudo o que consegui para não ter que te dizer, só que até minhas falsas aceitações de que está tudo bem, não me convencem mais.

Eu tive que trancar minha porta, pois sabia que se abrisse eu não iria me conter e iria atrás de você para te fazer me ouvir. Mas foi tanto tempo sozinha, encarando as paredes que comecei a me perguntar se você vale mesmo todo esse sufoco.

Faz tempo que eu quero te dizer, só que você me fez chorar antes mesmo de abrir a boca e engasgada assim não daria para te convencer de que nem tudo é sentimento em mim, mas que também há razão em querer que você se sinta como eu sinto. Porém, a emoção me abraça, já faz tanto tempo que estou guardando que já não sei mais como ser racional nisso.

Acontece que já te dei todos os sinais e mostrei diversas vezes que o amor não basta. Eu quis te avisar que minha morada nos seus braços pode não durar para sempre se você não souber me abraçar de volta, mas você não deixou. Você tinha tudo para me ouvir e entender o que se passa aqui, mas você preferiu se isolar e se agarrar a ideia de que eu já estava apegada demais para ir embora.

Faz tempo que eu quero te dizer, mas você me disse outra vez que estava ocupado e depois a gente conversava. Mas o depois nunca chegou e não deu mais para esperar o dia em que você fosse me olhar e realmente me ver.

Eu já não tenho mais tempo para te dizer. Te digo, então, que eu sinto muito por você ter sentido tão pouco e que dessa vez sou eu quem não vai estar atrás de porta alguma que você bater.




Eu já não tenho mais tempo algum. Tenho pressa em sair desse sufoco. Só posso terminar dizendo que eu sinto muito, só que dessa vez não sinto por mim, sinto muito por você.